sábado, 27 de dezembro de 2008

Os Melhores Álbuns de 2008

1 Tv On The Radio - Dear Science,


O Tv On The Radio fez neste álbum tudo que teve medo de fazer nos outros dois; Dear Science, não pára um minuto para respirar, seja na épica Halfway Home ou na "princeana" Golden Age. Os novaiorquinos mostram como fazer um disco mais pop sem perder a identidade. Há guitarras reggaedas, há violinos, tem a música que o Bloc Party sempre sonhou em fazer (Dancing Choose). Prepare-se, você está diante de um clássico.
http://www.myspace.com/tvotr

2 Departement Of Eagles - In Ear Park

O projeto paralelo do integrante do Grizzly Bear, Daniel Rossen usa a influência da carreira solo de Paul McCartney para fazer melodias tão belas quanto complexas. In Ear Park constrói um clima de tensão impressionante com seu pop orquestrado.
Para quem gosta de Animal Collective, ou melhor, para quem gosta de música boa.
http://www.myspace.com/deptofeagles

3 Marcelo Camelo - Sou

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Eu boto minha mão no fogo por qualquer coisa que envolva o Hurtmold. O que tinha tudo para ser bom, fica ainda melhor com o quase minimalismo da banda paulistana e com Camelo se livrando de alguns vícios que o acompanhavam no Los Hermanos. Sou é um disco cheio de nós; sorte de quem os percebe e os aprecia, azar de quem tenta desmembrá-los com críticas simplistas como "cópia de Chico Buarque", "Los Hermanos sem guitarras", etc.

Mas quem se importa com o que eu digo? Melhor saber o que o Caê pensa disso:
Blog do Caetano

4 Deerhunter - Microcastle


Em seu terceiro cd, o Deerhunter junta elementos pop ao seu post-punk experimental, o que não quer dizer que o som da banda está mais fácil: há espaço para a complexidade típica do Radiohead, os momentos tensos do My Bloody Valentine e as guitarras cruas do Sonic Youth. Não pense, porém, depois de tantas referências, que Microcastle é simplesmente um emaranhado de influências; impressiona a originalidade da banda e a competência para fazer um som experimental convergir com melodias simples e bonitas.
http://www.myspace.com/deerhunter

5 No Age - Nouns



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Eu poderia citar milhares de estilos e rótulos para você entender o que é o som do No Age, basta saber que Nouns é a catarse em forma de música.
Para quem gosta de Sonic Youth, Mudhoney, Pavement.
http://www.myspace.com/nonoage

6 Plants and Animals - Parc Avenue


Canadenses, multi-instrumentistas, temas religiosos nas canções. Não, não é o Arcade Fire. Apesar de alguns canções remeterem a famosa banda, o Plants and Animals aposta em algo mais bucólico misturado a melodias pop e, por vezes, experimentais; somado a isso, as reviravoltas de Mercy, uma das melhores músicas do ano.
http://www.myspace.com/plantsandanimals

7 Vampire Weekend - Vampire Weekend


Download e Crítica

8 Devotchka - A Mad & Faithfull Telling



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Se você for procurar saber sobre o Devotchka irão te falar que é um típico exemplo de "rock cigano". Você não vai acreditar nisso, é claro. Seria um grande erro limitar o som de uma banda que consegue misturar um post-punk elaborado com influências de música latina e do leste europeu.
Para quem gosta de Tom Waits, Gogol Bordello, Beirut. Se bem que atualmente, todo mundo gosta de Beirut. Ai quando "Pequena Miss Sunshine" passar na Globo...
http://www.myspace.com/devotchkamusic

9 Wolf Parade - At Mount Zoomer


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Mais um bom disco desses canadenses que apostam na soma de guitarras e sintetizadores com os possivelmente melhores vocais da atualidade.
Para quem ainda acredita no indie rock e o que isso talvez queira dizer...
http://www.myspace.com/wolfparade

10 MGMT - Oracular Spectacular



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O MGMT tem uma coisa Roxy Music que me deixa louco!!! Momento glam a parte, é impressionante a capacidade de construir hits que esses jovens americanos têm com uma variedade enorme de influências como a dançante Kids, a reggaeira Electric Feel, a psicodélica 4th Dimensional Transition. No entanto, ainda precisa se afastar de todo hype que os rondam e dos vícios dos efeitos eletrônicos.
http://www.myspace.com/mgmt

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

BOAS CANÇÕES DE 2008

O próximo vídeo é do Bristish Sea Power que lançou esse ano o álbum "Do You Like Rock Music?". O cd mistura canções extremamente desnecessárias com bons singles; um deles é No Lucifer:







Friendly Fires - Jump In The Pool






Para começar tem Two Steps, Twice do Foals, banda inglesa que lançou seu primeiro álbum este ano (Antidotes). No estúdio o som é razoavelmente bom (não merece estar em nenhuma lista de melhores do ano), mas ao vivo é completamente diferente... aproveite:




Esse show aconteceu no Japão como percebe-se pelas legendas que dizem claramente: "visite a Rádio2 regularmente".


quarta-feira, 11 de junho de 2008

Coldplay - Viva La Vida Or Death And All His Friends

Life In Technocolor
Cemeteries Of London
Lost!
42
Lovers In Japan/ Reign Of Love
Yes
Viva La Vida
Violet Hill
Strawberry Swing
Death And All His Friends



Download: http://rapidshare.com/files/123392564/VLVDAHF.zip


"Just because I'm losing doesn't mean I'm lost"


É assim que se inicia a terceira faixa de Viva La Vida Or Death And All His Friends, a frase é a síntese do que representa o quarto álbum do Coldplay. Os ingleses não agradavam a mais ninguém a não ser seus fãs fervorosos; os críticos e todos aqueles que um dia já gostaram da banda estavam ávidos por mudanças. Elas vieram; desde a escolha do quadro "A Liberdade Guiando o Povo", de Eugéne Delacroix, como capa até o título do álbum (retirado de uma obra de Frida Kahlo), Chris Martim e sua turma dão inúmeras amostras de que não estavam satisfeitos com o que a banda vinha fazendo. Foi chamado, então, o superprodutor Brian Eno, que tinha a árdua tarefa de fazer o Coldplay se renovar sem perder sua identidade.

Antes de qualquer coisa, há de se fazer um adendo: a intenção desta crítica não é dizer se o cd é bom ou ruim, e sim explicitar as inovações ocorridas em relação aos últimos álbuns. Guiado, talvez, pelo quadro de Delacroix, Chris Martin percebeu que por algo novo, alguns sacrifícios teriam de ser feitos. O vocalista dá mais espaço ao resto da banda, não há mais lugar para seus solos de piano e falsetes, assim como, para as canções piegas de amor e de extrema tristeza. Martin, porém, cresce em suas composições; ao invés de chorar pelo leite derramado ou querer conversar, ele agora quer ser enterrado em honra (Violet Hill), quer ser rei (Viva La Vida), quer mostrar que é bom ao mundo (Lovers In Japan).

A instrumental Life In Technocolor abre a obra de forma interessante, provando que as coisas estão diferentes e que Martin não é mais o protagonista. Cemeteries of London é um emaranhado de influências do Britpop, possuindo um título no melhor estilo Smiths, com riffs "emprestados" da boa fase do U2 (eu sei, eu sei) e com o vocalista evocando Thom Yorke na última estrofe antes do refrão. A quarta faixa, 42, poderia estar em qualquer um dos três primeiros álbuns do Radiohead; mas é na próxima música que tudo se explica, Lovers In Japan/Reign Of Love não servem apenas para dividir a mesma faixa mas para resumir o que é este álbum: a primeira é mais rápida, animada, enquanto a outra é o inverso, calma e triste, lembrando Parachutes. Elas trazem á tona a dubiedade do título do álbum e mostram um Coldplay menos comercial. A partir desse momento, banda e produtor se perdem: Yes também é dividida em dois, porém, ao contrário do que acontece na faixa anterior, nesta, a segunda parte serve para maquiar a obviedade da primeira; a necessidade de um hit ao estilo de In My Place e Speed Of Sound faz aparecer Violet Hill, que apesar da boa letra e de ser muito melhor que as outras duas citadas, destoa completamente do resto do disco. Ao menos para o fim, a banda nos presenteia com a excelente, e também dividida, Death And All His Friends.

Algo que me desegradava muito nos álbuns anteriores era que após uma audição, eu já sabia as letras e melodias como se os tivesse ouvido inúmeras vezes. Isso acontecia em razão do som ser formulado demais, muito certinho e da semelhança entre as canções ao longo do álbum. As fórmulas não sumiram, o som não está sujo, mas tudo parece mais complexo e um grande passo para isso foi o fim das "músicas para encher estádio", afinal, quanto mais os shows dos londrinos lotavam, mais as críticas aumentavam. Na frase que fecha Viva La Vida... Martin implora que não quer seguir a morte e seus amigos; talvez ele não esteja totalmente salvo disso, talvez tenha dado um passo na direção que deseja. Só sei que já ouvi o cd umas quatro vezes e ainda não sei as letras.


quinta-feira, 1 de maio de 2008

Sobre Verdades e Hypes

A Rádio2 pede desculpas aos assíduos leitores deste blog pelo hiato ocorrido entre a última postagem e esta. Esperamos que isso não se repita...

Vampire Weekend - Vampire Weekend

Mansard Roof
Oxford Comma
A-Punk
Cape Cod Kwassa Kwassa
M79
Campus
Bryn
One (Blake's Got a New Face)
I Stand Corrected
Walcott
The Kids Don't Stand a Chance


Download: Vampire Weekend -Vampire Weekend

Tentaram hypar o Vampire Weekend. Não conseguiram. Ano passado, os nova-iorquinos foram apontados pela imprensa britânica como banda que iria acontecer em 2008. Eles não estavam errados, mas o fato não ocorreu como os tablóides e revistas musicais da terra da Rainha esperavam. Sem singles que não saem da cabeça, shows mirabolantes e o modo discreto como os rapazes se comportam, o álbum homônimo da banda foi rechaçado por alguns. Críticas um tanto injustas: a banda foi acusada de falta de originalidade, soar igual às suas aparentes influências, como Peter Gabriel e Talking Heads e de possuir letras muito complicadas.


Ezra Koening, Chris Baio, Rostam Batmanglij e Chris Tomson são 4 rapazes recém saídos da Columbia University em Nova Iorque. Enquanto estudantes, formaram o Vampire Weekend baseando suas melodias na mistura de afro-pop e indie rock, o resultado é o melhor cd de 2008 até agora. As letras, inteligentíssimas, convergem o cotidiano do campus da universidade com indicações sobre lugares e influências da banda. O teclado reggeado de Mansard Roof avisa o que vem pela frente: a melhor música do disco. Oxford Comma nasce despretensiosamente para crescer em meio a violinos, teclados e a bateria ora rockeira ora suave. A-Punk é o hit; M79 e I Stand Corrected deixam o álbum mais sério, este pela letra e aquele pelo instrumental; Walcott é a síntese do que é o Vampire Weeekend (a música é, basicamente, o roteiro de um filme que os membros da banda fizeram quando estavam na faculdade. O título do filme originou o nome da banda e o protagonista, o nome da música).


A maturidade instrumental da banda e a competência do vocalista Ezra Koening para adaptar sua voz a cada música e para compor nos deixam a espera de algo cada vez mais grandioso vindo desses nova-iorquinos. Impossível acreditar que eles não ouviram Talking Heads, Beatles, Clash; não deram uma olhada nos primeiros cds de Arctic Monkeys e Strokes. Mesmo assim, Vampire Weekend soa novo como se usasse uma simples fórmula de pegar o velho, trazer para o novo, remodelar e somar ao talento de composição. Se o disco foi complexo demais para os ingleses, a moral que ficou, após sua audição, para as bandas excessivamente repetitivas e que a imprensa da ilha tanto louva, é simples: “Se é pra copiar, copia direito, porra!”