quinta-feira, 1 de maio de 2008

Sobre Verdades e Hypes

A Rádio2 pede desculpas aos assíduos leitores deste blog pelo hiato ocorrido entre a última postagem e esta. Esperamos que isso não se repita...

Vampire Weekend - Vampire Weekend

Mansard Roof
Oxford Comma
A-Punk
Cape Cod Kwassa Kwassa
M79
Campus
Bryn
One (Blake's Got a New Face)
I Stand Corrected
Walcott
The Kids Don't Stand a Chance


Download: Vampire Weekend -Vampire Weekend

Tentaram hypar o Vampire Weekend. Não conseguiram. Ano passado, os nova-iorquinos foram apontados pela imprensa britânica como banda que iria acontecer em 2008. Eles não estavam errados, mas o fato não ocorreu como os tablóides e revistas musicais da terra da Rainha esperavam. Sem singles que não saem da cabeça, shows mirabolantes e o modo discreto como os rapazes se comportam, o álbum homônimo da banda foi rechaçado por alguns. Críticas um tanto injustas: a banda foi acusada de falta de originalidade, soar igual às suas aparentes influências, como Peter Gabriel e Talking Heads e de possuir letras muito complicadas.


Ezra Koening, Chris Baio, Rostam Batmanglij e Chris Tomson são 4 rapazes recém saídos da Columbia University em Nova Iorque. Enquanto estudantes, formaram o Vampire Weekend baseando suas melodias na mistura de afro-pop e indie rock, o resultado é o melhor cd de 2008 até agora. As letras, inteligentíssimas, convergem o cotidiano do campus da universidade com indicações sobre lugares e influências da banda. O teclado reggeado de Mansard Roof avisa o que vem pela frente: a melhor música do disco. Oxford Comma nasce despretensiosamente para crescer em meio a violinos, teclados e a bateria ora rockeira ora suave. A-Punk é o hit; M79 e I Stand Corrected deixam o álbum mais sério, este pela letra e aquele pelo instrumental; Walcott é a síntese do que é o Vampire Weeekend (a música é, basicamente, o roteiro de um filme que os membros da banda fizeram quando estavam na faculdade. O título do filme originou o nome da banda e o protagonista, o nome da música).


A maturidade instrumental da banda e a competência do vocalista Ezra Koening para adaptar sua voz a cada música e para compor nos deixam a espera de algo cada vez mais grandioso vindo desses nova-iorquinos. Impossível acreditar que eles não ouviram Talking Heads, Beatles, Clash; não deram uma olhada nos primeiros cds de Arctic Monkeys e Strokes. Mesmo assim, Vampire Weekend soa novo como se usasse uma simples fórmula de pegar o velho, trazer para o novo, remodelar e somar ao talento de composição. Se o disco foi complexo demais para os ingleses, a moral que ficou, após sua audição, para as bandas excessivamente repetitivas e que a imprensa da ilha tanto louva, é simples: “Se é pra copiar, copia direito, porra!”