segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009






Arnaldo Antunes disse certa vez que nunca teve tanto prazer em cantar quanto no show que virou o álbum “Ao Vivo No Estúdio”, o nono de sua carreira solo. O conceito é o de um cd e um dvd gravados num estúdio, inteiramente ao vivo, para uma platéia de cerca de cinqüenta pessoas. O repertório compreende músicas de diversos momentos da carreira de Arnaldo, duas suas nos Titãs (“Não Vou Me Adaptar”, com Nando Reis e “Não Sou da Sua Rua”, com Branco Mello) e duas versões (“Qualquer Coisa”, de Caetano Veloso; “Luzes”, de Paulo Leminski).

Das canções, “Se Tudo Pode Acontecer”, “Luzes” e “Qualquer Coisa” foram as que mais me impressionaram. As duas primeiras, já em suas versões originais eram ótimas, mas agora, sem a parafernalha de percussões, efeitos e gritos, e por serem arranjadas de forma simples, são ainda mais interessantes e bonitas. Vale dizer, também, que as letras de Alice Ruiz, Paulo Leminski e Caetano, respectivamente, são algo de geniais. Outras boas canções do disco são “Qualquer” e “Saiba”, que nomeiam os álbuns precedentes de Arnaldo, e “Socorro”, também em parceria com Alice Ruiz.

O grande trunfo de "Ao Vivo No Estúdio" é acertar o tom e dar espaço para que se desfrute das ótimas letras, melodias e harmonias que possuem algumas canções de Arnaldo. Os instrumentistas, Marcelo Janeci (teclados e sanfona), Betão Aguiar (violão e guitarra) e Chico Salem (violão), conseguem criar bases e arranjos simples, mas sempre interessantes e criativos, e a voz de Arnaldo suavizada está, sim, melhor do que nunca e me rendeu um prazer raro.

Vejam se concordam: Arnaldo Antunes - Ao Vivo No Estúdio




Martim Maita