sábado, 11 de abril de 2009

Aqui, outra vez.

Rádio2 agoniza mas não morre. E ainda volta em dose tripla.


Diretamente do Brooklyn, New York o Iran lança seu terceiro álbum após um hiato de 6 anos. Dissolver segue os rótulos dados ao som da banda: rock experimental lo-fi (ufa!); o caso é que na hora de ouvir e criticar o álbum essas características se tornam simplistas, se é que nem sempre o são. O Iran tenta ao longo de dez faixas manter o estilo de seus álbuns anteriores e adicionar novos elementos: o resultado é mediano, destaque para I Can See The Future e Buddy, na qual guitarra e vocal se confundem. Não é coincidência as melhores canções serem as duas primeiras já que em seguida o álbum passa a ser carregado de sintetizadores e as guitarras perdem força. Where I’m Going é ótima, porém seu clima tenebroso não condiz com o resto do cd.

Ao procurar informações sobre o Iran na Internet normalmente encontra-se que a banda é um projeto paralelo de Kyp Malone, guitarrista do Tv On The Radio, o que deixa a influência da outra banda nova-iorquina em I Already Know You’re Wrong, e em menores proporções no álbum inteiro, ainda mais clara. O sucesso da banda, no entanto, deve ser mais precisamente dirigido a Aaron Aites, multi-instrumentista e compositor de todas as músicas do Iran.

Download: Iran - Dissolver




Daniel Bejar, Carey Mercer e Spencer Krug. Talvez você não tenha conseguido ligar o nome à pessoa, ou no caso, à banda mas esse trio comanda os vocais de, respectivamente: Destroyer (e The New Pornographers), Frog Eyes e Wolf Parade (e Sunset Rubdown). Se tal informação continua não adiantando nada pra você, eu explico: o caso aqui é de uma super banda. Os canadenses citados acima não são meros vocalistas de boas bandas, suas vozes únicas as fazem serem melhores ainda. Mas eu tenho sempre um pé atrás com agrupamentos de estrelas...

No geral as coisas funcionam bem para o Swan Lake, apesar de contar com três vocalistas, digamos, de ofício, a parte instrumental não deixa nem um pouco a desejar e o álbum enche-se de referências interessantes, de David Bowie a Beirut. Cada um dos integrantes canta três faixas (eles não cantam juntos) e é por isso que eu tenho dúvidas se esse álbum poderá ser considerado um dos melhores do ano, são ótimas músicas aglomeradas que não formam um álbum conciso. O modo ímpar de interpretação dos vocalistas acaba por fazer Enemy Mine idiossincrático, em que cada faixa nos remete a seus outros trabalhos paralelos. O Swan Lake só precisa virar uma banda, o resto eles já tem.

Download: Swan Lake - Enemy Mine




Ouviram Cansei de Ser Sexy e acharam legal. Álbum de produtor, Karen O tá ainda mais histérica... mas vai que você gosta né.

Download: Yeah Yeah Yeahs - It's Blitz








segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009






Arnaldo Antunes disse certa vez que nunca teve tanto prazer em cantar quanto no show que virou o álbum “Ao Vivo No Estúdio”, o nono de sua carreira solo. O conceito é o de um cd e um dvd gravados num estúdio, inteiramente ao vivo, para uma platéia de cerca de cinqüenta pessoas. O repertório compreende músicas de diversos momentos da carreira de Arnaldo, duas suas nos Titãs (“Não Vou Me Adaptar”, com Nando Reis e “Não Sou da Sua Rua”, com Branco Mello) e duas versões (“Qualquer Coisa”, de Caetano Veloso; “Luzes”, de Paulo Leminski).

Das canções, “Se Tudo Pode Acontecer”, “Luzes” e “Qualquer Coisa” foram as que mais me impressionaram. As duas primeiras, já em suas versões originais eram ótimas, mas agora, sem a parafernalha de percussões, efeitos e gritos, e por serem arranjadas de forma simples, são ainda mais interessantes e bonitas. Vale dizer, também, que as letras de Alice Ruiz, Paulo Leminski e Caetano, respectivamente, são algo de geniais. Outras boas canções do disco são “Qualquer” e “Saiba”, que nomeiam os álbuns precedentes de Arnaldo, e “Socorro”, também em parceria com Alice Ruiz.

O grande trunfo de "Ao Vivo No Estúdio" é acertar o tom e dar espaço para que se desfrute das ótimas letras, melodias e harmonias que possuem algumas canções de Arnaldo. Os instrumentistas, Marcelo Janeci (teclados e sanfona), Betão Aguiar (violão e guitarra) e Chico Salem (violão), conseguem criar bases e arranjos simples, mas sempre interessantes e criativos, e a voz de Arnaldo suavizada está, sim, melhor do que nunca e me rendeu um prazer raro.

Vejam se concordam: Arnaldo Antunes - Ao Vivo No Estúdio




Martim Maita